Microsoft não vai atualizar Windows 11 instalado em computadores mais antigos.

O lançamento do Windows 11 está a transformar-se numa espécie de novela tecnológica, com avanços, recuos e reviravoltas inesperadas, sobretudo no que diz respeito aos requisitos mínimos que será preciso garantir para ter acesso à nova versão do sistema operativo. Nesta semana a Microsoft voltou a lançar o ‘caos’ com mais duas revelações: primeira, vai ser possível instalar o Windows 11 mesmo em computadores que não cumprem os requisitos definidos; segundo, quem o fizer nestas condições, não vai receber atualizações de novas funcionalidades e não deverá sequer receber atualizações de segurança, adianta a publicação The Verge.


Para ter acesso ‘direto’ ao Windows 11, através do sistema oficial de atualização integrado no Windows 10, é necessário ter um computador que cumpra os requisitos mínimos definidos pela Microsoft: ter um dos processadores da AMD, Intel e Qualcomm oficialmente suportados; 64 GB de armazenamento; 4 GB de memória RAM; um chip TPM 2.0; e ter uma placa gráfica que seja compatível com DirectX 12 e o Windows Display Driver Model 2.0.

A primeira polémica que veio a público tinha por base o requisito dos chips TPM – de Trusted Plataform Module –, um componente integrado nas placas-mãe (motherboard) e que tem como objetivo conferir maior segurança ao arranque dos computadores e a algumas aplicações. Por necessitar de TPM 2.0, isto significa que só computadores comprados, sensivelmente, a partir de 2016 é que garantem esta compatibilidade. A Microsoft diz que o Windows 11 funciona também em computadores que têm chips TPM mais antigos (versão 1.2), mas que não recomenda a instalação do novo sistema operativo nestas máquinas.

Esta lógica também vai ser aplicada aos processadores (CPU), revelou agora a tecnológica. Ou seja, será possível instalar o Windows 11 em computadores que tenham CPU mais antigos do que aqueles que fazem parte da lista oficial. E é aqui que surge a nova polémica: no entanto, a empresa não vai garantir atualizações de segurança e de novas funcionalidades através do sistema integrado no próprio Windows a estas máquinas.

Isto porque quem tem um computador mais antigo e quiser atualizar para o Windows 11 vai ter de fazê-lo ‘manualmente’, ou seja, fazer a instalação recorrendo a um ficheiro ISO e não através da atualização do Windows como tem acontecido (pois por não ter os requisitos do sistema, não entra no circuito de atualização oficial da Microsoft).

Esta decisão pode deixar, logo à partida, milhares de utilizadores que decidam experimentar o Windows 11 com as suas máquinas desprotegidas, já que não estão garantidas as correções de segurança. O utilizador poderá, eventualmente, instalar mais tarde novas versões do Windows 11, com correções e funcionalidades entretanto lançadas, novamente de forma ‘manual’ – mas basta pensar que o vírus NotPetya, que provocou uma paralisação a nível global, tirou partido de vulnerabilidades já corrigidas pela Microsoft e que os utilizadores não instalaram através do mecanismo oficial, para antever que muitas máquinas ficarão desprotegidas neste processo de atualização.

Perante a firmeza da Microsoft nos novos requisitos mínimos para o Windows 11 – enquanto o Windows 10, p.ex., tinha praticamente os mesmos requisitos técnicos do Windows 8 –, a empresa explica que há vantagens nestas escolhas. Segundo os dados revelados, os computadores que já instalaram o Windows 11 (através do programa público de testes antecipados) e cumprem os requisitos definidos pela empresa, apenas 0,2% sentiram problemas técnicos que pararam por completo o sistema operativo (falhas do módulo kernel), ao passo que em computadores que não cumprem os requisitos, esse valor é de 52%.

A Microsoft cita ainda que as especificações definidas permitirão reforçar a segurança dos computadores com Windows 11 e que vão garantir uma melhor compatibilidade com as aplicações mais populares.

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